A mais tradicional escola de Dança do Ventre da região de Campinas

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Quando certas coisas dão no saco

Há algum tempo, nós aqui do Fallahi tomamos duas decisões muito importantes para manter nossa saúde mental em dia.

Decisão número um: resolvemos não aceitar mais contratos para shows (a menos que o dindin seja realmente equivalente à qualidade de nosso trabalho). Primeiro, porque fizemos isso durante oito ou nove anos consecutivos praticamente todos os fins de semana e não há nada mais desgastante no mundo da dança do ventre do que ganhar uma merreca para ser macaca de circo. Segundo, porque não é nem satisfatório e nem compensatório. Muitas bailarinas (ou quem se diz pro) da região topam dançar por cinquenta paus e nós, francamente, nos recusamos a dançar para pagar a condução.

Decisão número dois: concurso de dança do ventre nunca mais. Encheu o saco ver um bando de robôs, grupinhos mal coreografados e mal ensaiados ganhando primeiro em lugar em concursos, ouvir bobagens no camarim, gastar um dinheirão para mostrar serviço em um mundo tão ridiculamente competitivo. People, nobody cares about Belly Dance! Nosso “bellyworld” é pequeninico, ninguém vai ser estrela de cinema, não! Eu, hein! Vai dançar pra ser feliz, minha filha!

O negócio é que, após doze anos vivendo de dança do ventre (muitas pessoas ainda nos questionam como isso é possível), finalmente nos damos conta de como certas coisas começam a perder o sentido. No início, demos a alma para divulgar nosso trabalho: shows, eventos, works, selo do inmetro, prêmios e afins. O fato é que nem tudo é lindo como achei que seria quando, aos dezoito anos, fui apresentada a este mundo (que, honestamente, de mágico não tem nada). Acabamos nos deparando com a necessidade de participar de evento atrás de evento por pensar que seria importantíssimo para nossa vida profissional mas quantas vezes não terminamos nos apresentando nos piores buracos imaginados só para dizer que estivemos lá, especialmente se alguma bailarina famosa tivesse marcado presença por ali. Ou aqueles works nada a ver com as bailarinas do momento só para dizer que batemos o ponto, porque valer a pena a gente sempre soube que não valeria. Isso sem contar os programas de televisão com seus apresentadores sem noção ou a revista que publica uma coisa totalmente diferente da que você disse na entrevista. Tudo pela divulgação.

Muitas vezes me pego pensando em quantas alunas minha escola ganhou através disso, uma vez que é fato a divulgação boca a boca (gente que faz ou fez e indica) ter sido e ser noventa por cento responsável pelas clientes que tivemos e ainda temos. Demoramos mas percebemos que nossos contratantes e especialmente, nossas clientes, não davam a mínima para o nosso currículo. O que interessava à eles era saber se nosso trabalho era bom, e nada melhor para comprovar do que o téte a téte com a dança e especialmente, com as aulas. Temos uma renca de alunas, ex-alunas e admiradores que nos adoram e respeitam nossa forma de trabalhar, graças!

Professoras surgiram, professoras sumiram, outras estão começando a tentar e cá estamos nós, sobrevivendo em uma cidade que é um ovo de codorna mas fazendo o inacreditável para manter nosso trabalho vivo.

(Pausa para as lágrimas. Huahua)

É isso aí, minha gente, o fato é que, apesar dos pesares, dançar é muito bom, nossas alunas são umas fofas e aprendem desde quando são um fetinho aqui o real sentido de praticar Dança do Ventre: que viver pra dançar é bem mais gratificante que dançar pra viver.

Mais uma vez: huahuahua.

Los kisses

3 comentários:

  1. Eu tenho que concordar. E cada vez mais vejo bailarinas dançando por 50 paus por aí, principalmente aqui na região de Valinhos, uma vergonha. Isso denigre demais a imagem da dança.
    Isso sem contar as que dançam de graça!

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  2. Se é um problema em Vinhedo, imagina aqui na "Cidade Maravilhosa"!

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  3. Triste, sei de meninas que aceitam dançar por 50 reais, ou até mesmo de graça, só para dizer que dançam em tal restaurante, ou casa de shows!

    Pior é que além de dançar de graça ou á preço de banana, o estabelecimento te trata como se você fosse uma coitada e estivesse sendo uma dádiva deixar você dançar lá (e não é mesmo?)

    Aí eu me pergunto: valeram todos os anos de ensaios, pesquisas, dinheiro gasto com roupas, acessórios, instrumentos, "works", para te que dançar de graça á base de favor?

    Dançar na base de favor eu só aceito, quando é num sarau de algum amigo escritor, que me convida, aí eu aceito, de resto...

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