A mais tradicional escola de Dança do Ventre da região de Campinas

A mais tradicional escola de Dança do Ventre da região de Campinas
Sejam bem vindos!
Aqui é um espaço dedicado à todos os seres pensantes do mundo belly dancer.
Leiam, discutam e compartilhem!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Uma história de outrora

Era uma vez…

… duas jovens plebéias que viviam em um reino ultra distante chamado “O Rancho que Fala e Ri”. Era um lugar bem pequenino que fora construído dentro de uma enorme bolha, assim como todos os outros reinos ao redor. Lá, elas e sua mãe trabalhavam com um estilo particular de ritual denominado “raks do leste da Indonésia” juntamente com suas discípulas. Todas eram felizes, os dias eram produtivos e a mesma mesmice tomava conta do reino.

O rancho que Fala e Rí

As jovens, no entanto, começaram a perceber que suas discípulas estavam se esforçando muito pouco para tornarem-se melhores aprendizes e acabaram acomodando-se com o passar do tempo. Desanimadas, as duas garotas começaram a pensar que as discípulas de outros reinos executavam a sagrada arte com muito mais afinco e acabaram por se deixar abater pelo mais profundo tédio e falta de vontade. Mais conhecido nos tempos atuais como “boring”.
Um belo dia, cansada de ver as filhas nessa situação de marasmo total, a mãe das meninas decidiu que elas deveriam desbravar outros reinos á procura de uma mestra que pudesse lhes mostrar um novo caminho. Como qualquer reino era longínquo demais, ela decidiu por matricular as filhas no mais famoso de todos os reinos: o “Canecah da Lilih”, cuja mestra era conhecida em todas as bolhas por ser a maior de todas as mestras.

Canecah da Lilih

Assim, as jovens plebéias, felizes, esperançosas e desesperadas para sair de sua bolha, pegaram a carroça e viajaram setenta e cinco quilômetros em direção a um novo rumo para suas vidas.
Lá chegando, as meninas ficaram encantadas com toda a beleza do lugar. Havia vestimentas típicas confeccionadas por uma grande estilista do reino; uma música bem familiar ecoava pelo hall de entrada e logo ali, no salão onde eram realizados os rituais, uma mulher magérrima e conhecidíssima pelas jovens (era uma das mais incríveis de todas as mestras) ministrava uma animada aula de dança típica dos plebeus do norte do Azerbaidjão.
O medinho foi tomando conta das pobres plebéias; elas temiam não ser tão boas na arte do raks do leste da Indonésia quanto as outras discípulas do reino da Lilih. Poucos minutos se passaram quando o salão foi deixado pela mestra magrinha e suas discípulas, cedendo a vez ás duas garotas que imediatamente entraram e conheceram a sua mestra, a maior de todas, a mega-ultra-hiper-super-blaster-master mestra das mestras: a Lilih em carne e osso.
Recebidas de braços abertos, as novatas iniciaram sua tão esperada primeira aula naquele acolhedor e ao mesmo tempo, muito estranho reino…



Continua…

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Sobre trajes de dança

Uns tempos atrás comecei a ter contato com um atelier de uma estilista bem conhecida em nosso meio, especialmente no estado de São Paulo, e queria deixar algumas impressões. Sou responsável pelos desenhos das roupas que criamos em minha escola (não quero me intitular estilista) além de passar pelo menos metade de minha vida bordando todas elas junto com minha mãe e irmã. É o que eu sempre digo: bordar é coisa pra macho!
Sou chatíssima para roupa. Não uso material de plástico, tenho pânico de lantejoula, acho cinturão largo um horror e usar sutiã ao invés de bojo, só no caso das peitudas. Bordar um traje completo de dança não é trabalho para qualquer um e se for para fazer uma coisa meia boca, prefiro dançar de camisola.
Bom, aqui onde moro e tenho escola, o povo tem o rei na barriga, mas dinheiro que é bom… portanto, temos que nos adaptar às condições financeiras das pessoas que frequentam nossas aulas. Isso não significa que vou fazer as coitadas de minhas alunas vestirem um teco de malha com meia dúzia de penduricalhos. Uma roupa completa aqui na escola (saia, cinturão, sutiã, braceletes, mais um véu de musseline), com franjas e material de acrílico, sai entre 450 e 500 reais. Se for totalmente bordada com vidrilhos, por volta de 600.
O atelier que mencionei tem trajes lindos, claro. Não fazem meu estilo de roupa, mas alguns (os mais caros, por volta de 800 reais e sem franja) são muito interessantes. Os tecidos são bons, compensam o material de qualidade sofrível; ainda assim, algumas não valem os 500 ou 600 reais que são cobrados por elas, honestamente.

Roupa de Kátia Fallahi by Atelier Fallahi


Eu e minha irmã fizemos parte de um grupo de dança esse ano e seríamos obrigadas a adquirir um traje desse atelier se quiséssemos nos apresentar. O valor seria 500 reais. Uma parte de nós ficou feliz, porque as roupas de lá nesse valor costumam ser muito bem bordadas. Por outro lado, usar uma roupa que não fosse nossa seria um tanto… estranho. Mas…
Quando os trajes ficaram prontos (vou pular as partes das provas das roupas), foi foda. De verdade. Uma saia de malha com umas ondas de lantejoulas. Um cintinho fino com contas de plástico e uma outra saia de musseline do mais vagabundinho anexa ao tal citinho. Um sutiã com umas ondinhas de lantejoulas. Um bolero, do mesmo tecido da primeira saia mais a musseline fraquinha. Uma galabia, essa sim bacana, confesso. Ou seja, 500 reais em uma roupa que dá para fazer com 200. Mais mão-de-obra, no máximo uns 350.
No fim das contas eu e minha irmã não usamos as roupas porque acabamos não conseguindo nos apresentar. Não era pra ser, fazer o quê. Mas mostramos as roupas para todas as nossas alunas e foi unânime: nenhuma delas daria cem reais em cada um dos conjuntos. As meninas são duras e só gastam dinheiro com aquilo que possa valer a pena. Ainda assim, pelo menos vinte garotas daquela turma que fizemos parte compraram o traje. Lembro que ficamos passadas com o fato da maioria delas gastarem uma grana feia com uma roupa de gosto duvidoso sem argumentar com a professora, responsável pelo desenho dos trajes. Eu e minha irmã só não o fizemos porque sabemos como é difícil montar um grupo de dança e ficar meses treinando um raio de uma coreografia para apresentar no fim do ano. Se arrependimento matasse…
Quem tiver paciência, visite nosso multiply. Lá tem fotos de roupas que usamos, feitas por nós e por alunas, nenhuma de outro atelier. Admito que tem pelo menos duas lá que eu fiz que acho meio feiosas! Mas nada que se compare a um teco de malha com meia dúzia de penduricalhos…
http://fallahi2008.multiply.com/
Bju, bju

domingo, 4 de janeiro de 2009

Olah!




Cá estamos nós do Fallahi criando vergonha na cara e estreando nosso tão desejado bloguinho! Demorou um tantão mas finalmente saiu, com as portas abertas para a discussão de assuntos bacanas e que possam acrescentar algo de útil à qualquer maluca (ou maluco) que resolver se aventurar por aqui. E se por acaso não acrescentar, que ao menos sirva de entretenimento para aqueles momentos de nossa existência onde estamos entediadíssimos e o “absolutamente nada para fazer” possa passar a dar espaço a “deixa eu ver se tem alguma coisa interessante para fuçar na net ao invés de ficar no orkut xeretando a vida dos outros”.
Para ser bem honesta, não tenho grandes pretensões com esse blog. Estou aqui para me divertir e ter total liberdade para escrever o que me der na cabeça sem a preocupação com o que fulana de tal vai pensar a meu respeito. Não quero tentar abrir a cabeça de ninguém, colocar o povo pra pensar ou tentar posar de intelectual para conquistar o respeito da classe. Af, tenha dó, né? A vida já é chata demais!
Também não ficarei metendo a boca nos outros ou rasgando seda sem motivo; o meu negócio aqui é outro. O propósito desse espaço é contar e compartilhar histórias relacionadas aos bastidores da dança, falar sobre coisas que acontecem em nossas vidas de bailarina que às vezes nos fazem querer mudar de profissão, os sucessos, as decepções, o instante de raiva, o curso que não serviu pra nada, o dinheiro que enfiamos no cu do profissional que nos ofereceu um workshop de quinta ou nos “obrigou” a adquirir uma roupa horrorosa alegando que seria usada mais de uma vez e que no fim não foi usada nem meia.
Estarei aberta a críticas, sugestões, reclamações e logicamente, textos alheios. Qualquer coisa absurda será muito bem vinda, por mais insana que possa parecer. Se alguém quiser contar uma história louca é só mandar que a gente arregaça! Mas já vou avisando que sofro de severas variações de humor: se um dia vocês resolverem me fazer uma visitinha e eu estiver discursando sobre qualquer outro assunto, não estranhem. É que tem dias que prefiro nem lembrar que sou bailarina. A dança tem dessas coisas… às vezes dá no saco, vocês sabem.
Outra coisinha: provavelmente quem vai escrever aqui de vez em quando é minha querida irmã tampinha, portanto, estejam preparados porque ela é uma pessoa louca. Tudo aquilo que for sem-noção em nosso meio e estiver escondido por aí, será encontrado por ela e devidamente lembrado aqui (para nossa felicidade, hahaha), uma beleza!
É isso aí, então, pessoas! Tentarei pintar por aqui, pelo menos, uma vez por semana. Vamos ver no que vai dar! Ah, os blogs relacionados são de confiança. Se possível, ALUNAS DO FALLAHI, por favor, façam uma visitinha.
Bju, bju