A mais tradicional escola de Dança do Ventre da região de Campinas

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segunda-feira, 12 de março de 2012

Dança do Ventre, Vinhedo - 2012: existe vida civilizada no Belly Dance World



Sábado, dia 10 de Março, nós, professoras, três alunas e um aluno (meu irmão) fizemos um show no restaurante Al Maual, em São Paulo (para quem é de fora da cidade, esse é um restaurante tradicional árabe, ou seja: comida típica e dança, muita dança nos fins de semana), devidamente acompanhados de nosso agente e protetor e puxa-saco Paulinho. Como já é de costume, fomos em caravana, uma galera de mais ou menos 40 pessoas ( um bando de fallahi, literalmente! ) dentro de um busão saído do condado de Vinhedo rumo à zona urbana.


Nossa nova geração de alunas é realmente muito nova: a mais velha em questão de tempo de dança tem no máximo quatro anos e muitas delas nunca tiveram contato com a cultura árabe, assim, tão de perto. E ontem foi a primeira vez de praticamente todas ingressarem em mundo bem diferente do delas.
O povo do Al Maual (Darrel, marido, garçom, garçonete, Guilda e cia) é inacreditável, na real. Gente boa é pouco para o que eles são. Nos receberam de braços abertos, abriram o restaurante praticamente uma hora antes porque nós chegamos ultra adiantados (pra variar), tiveram uma paciência de Jó para aguentar nossas demências e atrapalhações e nos fizeram rir horrores com suas palhaçadas. O ambiente é tão absurdamente descontraído que eu tive a impressão de ter estado lá milhares de vezes, as alunas se sentiram em casa e  até eles ficaram muito à vontade com a gente. Saímos de lá felizões e realizadíssimos.
E eu cheguei a três conclusões após essa experiência.
A primeira delas é que a química verdadeira só acontece entre iguais, não adianta. A Darrel Nottari, bailarina responsável pelas danças no restaurante, pensa como nós em muitos aspectos, senão todos, no que diz respeito ao mundo Belly Dance. E o fato dela ser uma doida varrida assim como os membros de minha escola nos fez gostar dela logo de cara. Fia, você arrasou!
A segunda é que, definitivamente, um certo alguém que educou muito mal suas bailarinas disseminou um costume que não tenho a menor ideia de onde possa ter surgido: esse negócio de ficar escondida no camarim, aparecer para dançar linda e perfeita para depois sumir de novo. Whatafuck, meu? Toda vida minha escola trabalhou com a comunidade árabe e esse comportamento sempre foi reprovado por eles, especialmente entre libaneses. Perdi a conta de quanta vezes dançamos em casas de família onde éramos praticamente intimadas a sentar à mesa e jantar ou almoçar com eles, trajadas, sem abay ou veuzinho enrolado. No Al Maual, dançamos, passeamos entre as mesas, comemos e ninguém nos repreendeu nem repudiou nossa atitude. Foi tudo tão tranquilo que nossas meninas já contam os dias para voltar lá.
A terceira e a mais importante: não tem dinheiro nessa vida que pague o sentimento de felicidade ao dançar sem a preocupação de alguém te julgando. E posso dizer que há muito tempo eu não me sentia tão bem em um ambiente que não fosse minha escola. Foi tuuuudo de bom, gente!
Agradecemos à Darrel pela pessoa ótima e animadíssima que ela é, além de desde o começo ter dado toda atenção que nossa escola demandou.
E um super abraço para o maridão, Márcio (acertei?), que tem o shimie mais poderoso do século; para a Guilda, professora de lingua árabe que é, sem sombra de dúvidas, a figura mais figura que a gente já conheceu (meu irmão se divertiu muito com as fotos que ela postou no face!); para a garçonete fofa que não deixou faltar água para nóis; para o Paulo, bicho, o garçom ultra-master-mega gente fina que nunca sabia onde tinha ido parar nossa comanda e merece um prêmio por ter aguentado a atrapalhada-mor aqui!
Por último, um agradecimento especial às alunas que nos acompanharam. Essas malucas que aguentaram duas horas de busão em pleno sábado à noite, comeram comida bizarra e ainda tiveram que dançar no final. Bem-feito pra vocês.
Ah, e não posso deixar de mencionar o motorista do bus que deve estar rindo até hoje com o tombaço que minha mãe levou ao se levantar do banco do ônibus. Memorável!


terça-feira, 6 de março de 2012

Dança do ventre, Vinhedo, 2012 - Fallahi

Adulation, adulation, adulation...

     
Quanto mais eu fuço, mais sarna eu arrumo pra me coçar. Saudades daqueles dois anos que passei longe de uma tentação chamada internet... mas é que tem dia que de noite é foda!
E hoje, especialmente hoje,  preciso demonstrar  minha eterna insatisfação e constante desapontamento com as bajuladoras de plantão. Bailarinas profissionais e amadoras que confundem admiração e apreço pela qualidade artística com adulação desenfreada. Gente que assume lugar em meio à mediocridade ao colocar no pedestal fadas e ninfas criadas pela sua própria imaginação e alimentadas pela sua vassalagem.  Quanta pobreza de espírito, my Lord!
Gostaria muito, mas muito mesmo, que um dia todas as praticantes de Dança do Ventre deixassem de crer estar aquém de mulheres que foram endeusadas pelo povo (povo? Ou por nós, bailarinas?) porque, assim como a Mahavilhosa e a Ninfa, todas nós estudamos e ralamos feito camelas para conquistar um lugarzinho nesse mundeco.
Peço, encarecidamente, que antes de supervalorizar o trabalho alheio, megavalorize o seu, querida colega belly dancer. Lembre-se que muitas vezes a princesa que você deseja coroar rainha só vai descer do trono para receber o pagamento. Esquecer de sua existência, pobre plebeia, é fácil assim, ó.
E ainda ouso dizer: quanto mais alto você faz alguém subir, mais embaixo você fica. Considerando a máxima “ o sol brilha para todos “ (ai, como odeio frase feita!), colocar uma pessoa no pedestal é tirar de você mesma a chance de estar lá.
"Mas a desgramada é boa e os bons merecem ser reconhecidos!" Ahã, ahã, é você é o quê? Por que você "num" tá lá, então, com a bonita de adulando, levando-se em conta que existe a possibilidade de você ser tão boa quanto ela? 
Estar "ali", lado a lado com a sua "ídola" é, sobretudo, uma questão de esperteza e amor-próprio.
Quer um bom exemplo disso? Ao invés de contratar uma bailarina da moda para dar um workshop de Shaabi  para suas alunas, por quê você mesma não se especializa e oferece o curso em sua escola? 
Dê à seu trabalho a importância que ele merece. Os méritos sempre serão seus.
E antes que alguém diga que meu humor é péssimo ou que a dor-de-cotovelo me consome, saibam que sou uma profissional extremamente ciente de minha competência e de meu talento. Nunca precisei ter uma orla de súditos a meus pés para reafirmar uma necessidade infantil de ser a melhor no que faço.
Lamento o post azedo, mas tenho como obrigação de ser pensante alertar as novatas que cuidem para que a massa cinzenta a qual chamamos carinhosamente de cérebro não passe do estado sólido para o líquido.

PS: A Ninfa, a Mahavilhosa, a Deusa, a Incrível, e todas as outras cujos fãs apelidam carinhosamente, são eternas fontes de referência em meus estudos diários. 
Bailarinas. 
De carne e osso.
Deu para entender?

Bjunda 
Katia Fallahi