A mais tradicional escola de Dança do Ventre da região de Campinas

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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Preconceito e falta de ética


Aqui na escola tem um rapaz que faz aulas de dança do ventre conosco. Isso mesmo, um ALUNO de dança do ventre e quem ainda acha isso estranho, melhor nem seguir com a leitura. Hoje estou aqui para falar sobre um episódio nada agradável que aconteceu com ele e que me deixou fula da vida. Desculpe querido aluno, mas essa eu tenho que contar!


Há alguns anos, esse meu aluninho procurou pela primeira vez uma escola de dança do ventre. Acabou encontrando em JundiaÌ (SP), onde se matriculou e lá permaneceu por seis meses.
A professora, um belo dia, resolveu colocar o grupo no qual ele fazia parte para apresentar um derbake em um evento de dança da cidade. Ocorre que ela, assim como um monte de "profissionais" por aí, não teve a decência de instruí-lo: não ensinou como maquiar-se, não mostrou o modo adequado de se vestir nem quais acessórios usar. Isso significa que o pobre teve que "se fantasiar" com uma roupitcha da 25 de março, dançar com o peito cabeludo e ainda implorar maquiagem para suas colegas. Situação…


Dentro do camarim, no dia da apresentação, a professora sugeriu que ele trocasse de roupa no banheiro e não com as meninas. Ok até aí, não fosse o fato dela mais algumas alunas caçoarem desse meu aluno pelas costas e ele ouvir tudo. Um trecho da conversa:
Aluna – Não sei porque ele tá se achando, homem não tem que dançar! Aqui não é o lugar dele! (ou algo do tipo)
Professora – Dane-se, o que importa È que ele está me pagando! (ou um similar, mais risos)

Isso tudo além de ser seriamente ofendido durante e após a apresentação. Detalhes que merecem consideração:
- uma das alunas que zombou dele e cujos comentários não devem sequer ser citados aqui, È , há alguns anos, bailarina de uma casa de chá de São Paulo.

- outra aluna da tal professora pediu que ela trocasse o horário de aulas do rapaz porque a bonita tinha nojinho dele. Essa fofa foi bailarina da mesmíssima casa de chá.
- no fim da dança, um cantor bem famosinho entre as bailarinas brasileiras (o Daniel das Arábias), correu para o camarim com uma espada (?) atrás de meu aluno para cacetá-lo.

Ficamos putas aqui na escola porque, primeiro: esse menino È meu aluno há anos e todas as alunas gostam dele e o aceitam no grupo. Ele È bailarino clássico e dança melhor do que muita bailarina que conheço. Segundo: falta de ética e preconceito são motivos mais do que suficientes para uma bailarina não fazer parte do grupo de dança de um estabelecimento. Terceiro: o Mercado Persa È o maior evento de dança do ventre da América Latina. Vemos um considerável número de rapazes (não mencionando a dança masculina) praticantes da arte e das muitas vezes em que participei, em nenhum momento testemunhei preconceito. Por que raios numa uma cidade como JundiaÌ, que nem dá para considerar interior e com uma quantidade expressiva de praticantes da dança (e não é sé dança meia boca, não! Tem bailarina boa por aquelas bandas), temos que dar de cara com um tipinho tão medíocre de profissional? Nem no cu do mundo onde vivo tenho que lidar com isso.


E eu que achei que vivia numa bolha…