Tenho a impressão de que falar sobre profissionalização em Dança Oriental no Brasil é insistir em um assunto que vai dar pano pra manga mas não chegará a um resultado satisfatório. Isso porque a falta de reconhecimento pela arte no Brasil está cada vez mais longe de ser alcançado. E a culpa é exclusivamente nossa, bailarinas e professoras de Dança do Ventre. Porque, apesar do acesso fácil e rápido à novas informações, ainda nos preocupamos mais em estampar nossos corpitchos semi-pelados e movimentar nossos quadris do que em trabalhar de forma séria com a arte oriental.
Hoje, vim comentar a respeito do item mais mencionado em listas formuladas por diversas professoras e bailarinas de acordo com seu ponto de vista acerca de como uma pretensa profissional em dança deve proceder para conquistar seu lugar ao sol: estudo.
Estudar o quê, quando, onde e com quem?
Cada estilo dentro da dança oriental requer trabalho, muito trabalho. Além de dinheiro (para pagar um profissional especializado na área), paciência (ninguém é capaz de tocar snujs do dia pra noite), professores específicos (uma professora reconhecida pelo seu conhecimento em folclore não poderá ajudá-la a melhorar sua dança clássica se sua pretensão é se profissionalizar), dedicação extrema (bailarina de fim de semana não se tornará profissional).
Quando estudar?
O caminho para a profissionalização é longo. Passados os primeiros anos de aulas, decidido o que você almeja com sua dança, então você dá o pontapé inicial. E lembre-se: ser uma boa aluna e bailarina convincente não necessariamente fará de você uma boa profissional.
Estudar o quê?
A pessoa que deseja entrar para o mercado precisa ter conhecimento abrangente e ao menos uma especialização. Uma. Não dez. Eu sou boa com véus, mas odeio dançar com eles e jamais me atreveria a dar um workshop específico. Não é minha área, embora tenha me esforçado muito. Para ensinar uma aluna sem grandes pretensões e realizar apresentações, meu conhecimento em véus é o suficiente. Tenho humildade para admitir isso.
Vale lembrar: ninguém se especializa em tudo.
Estudar com quem?
Fazer aulas com uma bailarina só porque ela está na mídia mas que possui o mesmo nível de conhecimento que você não te acrescentará nada além de mais uma bolinha no currículo. O mesmo vale para workshop e cursos de rápida duração. Tive aulas com uma bailarina "top" da Khan el Khalili e só não me arrependi mais porque deixei de frequentar as aulas dela a tempo de não desperdiçar ainda mais dinheiro. Uma aula com o profissional já pode ser suficiente para você ter a base que necessita para saber se ele é bom professor e se ele vai ajudá-lo a crescer.
Estudar onde?
Existem Escolas de Dança do Ventre e Espaço para aulas de Dança do Ventre. No primeiro, se você for uma boa observadora, perceberá que para cada área existe um profissional específico. Verá também que o tempo de existência do local falará muito sobre respeitabilidade e qualidade de ensino. Nem todo estabelecimento dedicado à Dança do Ventre sobrevive no mercado por mais de dez anos. Quando isso acontece, considere conhecer o local e os professores.
Já o Espaço para Dança do Ventre geralmente conta com apenas uma profissional e é direcionado para mulheres que desejam praticar a dança por prazer.
E para finalizar, vale lembrar que Ética não é apenas mais uma palavrinha bonita. Ela deve fazer parte do dicionário de qualquer bailarina, profissional ou não.
Kisses!
E para finalizar, vale lembrar que Ética não é apenas mais uma palavrinha bonita. Ela deve fazer parte do dicionário de qualquer bailarina, profissional ou não.
Kisses!
Como a gente bate na mesma tecla, né? Acho que estou perdendo um pouco da minha paciência porque acho essas coisas tão óbvias... aff.
ResponderExcluirFico pensando: se é tudo tão óbvio, porque tem tanta profissional ruim no mercado? Acho que essas coisas são óbvias só pra gente.
ResponderExcluirNão, não é óbvio. Se fosse, não teríamos que ficar aguentando a rede Globo nos enfiando a Jade e a Bianca goela abaixo. Nem bailarininha mixa postando video no youtube. Ou professoras apelidando movimentos de dança de sacolejo de quadril.
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