Outro dia, a supervisora do departamento onde trabalho
perguntou há quanto tempo eu tinha uma escola de Dança do Ventre em Vinhedo.
Quando respondi que nossa escola já tinha 13 anos de existência ela fez cara de
choque. Não sei se pelo fato de manter qualquer negócio aberto em uma cidade
como Vinhedo por mais de uma década ou pelo fato de simplesmente se tratar
de... Dança do Ventre. Afinal, o que pode manter funcionando uma escola de
Dança do Ventre por tantos anos?
Bom, certamente não é uma tarefa das mais fáceis. Embora
tenhamos vivido situações que ninguém pode imaginar, sobrevivemos. Porém, creio
que o nosso diferencial está em nossa maneira de lidar com Dança X Alunas.
Primeiro, nunca fazemos algo que não gostamos (ou que
seja contra nossos princípios) só para promover nossa escola, nós ou nossas
alunas. A dança evoluiu em técnica mas regrediu (e muito) no quesito
personalidade; de 1999 a 2007, criamos grupos e montamos coreografias para as
alunas se apresentarem em eventos importantes São Paulo afora, além dos nossos.
Mas porque sabíamos que valeria a pena. Hoje, isso já não é mais possível: os
eventos estão pavorosos, os concursos são na maioria das vezes uma grande
furada, os preços estão pela hora da morte, as panelinhas viraram panelonas e
90 por cento das bailarinas sofrem de alguma afetação.
Outra coisa importante: não permitimos que nossas alunas
gastem mais do que podem no curso. Essa história de obrigarem-nas a comprar
mais de uma roupa por ano, pagar fortunas em véu de seda, adquirirem dezenas de
instrumentos que elas não terão condições de utilizar corretamente em menos de
três anos é uma ofensa à inteligência delas. E um abuso. Queremos (e
precisamos) ganhar dinheiro, mas não às custas da inocência alheia.
Nunca expomos elas ou nossa escola ao ridículo: dançar de
graça na praça, na festa do milho, no dia da comunidade ou em eventos populares
divulga seu trabalho da pior forma possível. Um pai de uma aluna nos questionou
se dançaríamos em um evento aberto aqui na cidade, evento esse que havia
anunciado uma apresentação de Dança do Ventre. Respondemos que não, que isso
certamente era coisa do Espaço Cultural da cidade, que ministra aulas de graça
e faz as meninas pagarem micos homéricos perante a população. Ele fez cara de
alívio e ainda complementou com um “ótimo, porque eu sei que vocês jamais se
rebaixariam tanto”. Se ele, que é leigo, pensa dessa forma, que dirão os
profissionais da área?
Tentamos fazer de nossa escola uma segunda casa para
elas. Algumas vezes quebramos a cara por isso, mas na maioria dos casos
funciona bem. Reunimos as meninas para beber, comer, bordar, curtir um filme.
Tudo para que elas se sintam à vontade em um ambiente descontraído e sem
frescuras. Perguntamos à elas o que elas gostam de dançar. Algumas gostam da
dança, mas não se identificam com música árabe; por que não deixá-las dançarem
o que desejam como complemento da aula? É um costume em inúmeras escolas de São
Paulo, gostaria que aqui no interior as professoras também agissem dessa forma
e abrissem a cabecinha para as novidades. Não dói, faz parte da evolução de nós
todas como bailarinas.
Por fim, além dos eventos anuais (grandes ou pequenos),
promovemos festinhas temáticas durante o ano, para as alunas descontraírem.
Somos difíceis, a gente sabe. Mas se fôssemos tão
complicadas assim, nossa escola não estaria bombando de alunas (e alunos), não
é?
Para quem estiver afim, propagandinha básica:
Aulas de dança do ventre em Vinhedo - SP
Fallahi Belly Dance - dança do ventre, fusão, estilo tribal e (claro) inglês com a teacher Katia Fallahi
e-meie-nos: fallahidv@yahoo.com.br
Bjunda!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
")