Recentemente andei acompanhando em alguns blogs
depoimentos de bailarinas conhecidas em nosso meio e não pude deixar de notar como elas são claras a respeito da satisfação que sentem com o resultado de terem
seus trabalhos expostos na internet através do Youtube.
Até certo ponto, não posso deixar de concordar; a
internet, por enquanto, foi e é nosso melhor meio de propaganda de divulgação
da escola. É rápido e atinge um número maior de pessoas.
No entanto, após muito blábláblá, é impossível não chegar
a conclusão de que certas coisas podem
funcionar tanto para o bem quanto para o mal. Sejamos honestos: qualquer zé das
couves pode colocar o que bem entende na rede graças a liberdade que ela
proporciona ao internauta de publicar o seu “trabalho” ou aquilo que ele
considera bom o suficiente (ou tosco o suficiente) para ser visto por número x
de pessoas. Não existe critério algum de seleção, da mesma forma que o público leigo
também não possui critérios culturais para distinguir o certo do errado.
E, claro, a Dança do Ventre não ficou fora disso.
No meio de coisas bacanas, encontramos uma enxurrada de
porcaria, o que nos leva a crer que a ideia de que o youtube é um excelente
veículo de divulgação (associada a falta de espelho em casa) leva muita gente a
colocar na rede o que eu chamaria de “trash belly dance”. Porque não dá para
encontrar outra expressão que defina tão bem o que ando vendo por aí: filme de
terror daqueles B.
Percebo que certos “padrões de qualidade” em dança foram
pro ralo: roupas que vieram de brinde no Kinder Ovo, péssima escolha de música,
falta de conhecimento ritmico e técnico, entre tantas outras coisas explodem no
Youtube na mesma velocidade com que bailarinas bacanas expõem seus trabalhos na
net. E o que é pior: já vi inúmeros casos onde os vídeos ruins de chorar
possuem um número maior de acessos do que vídeos de qualidade.
Para nós, profissionais, resta lamentar. Afinal, colocar
“dança do ventre” como palavra-chave na pesquisa do google e dar de cara com a
menina que se enrolou na cortina dançando na sala ou com a Shakira é realmente de doer.
E viva o Youtube!
Por Beth Fallahi
E não é? Já fiz um post mais ou menos sobre isso... http://hannaaisha.blogspot.com.br/2011/11/exposicao-na-internet.html
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